domingo, 6 de dezembro de 2009

A minha, a sua, a nossa Saúde Pública


Muito se ouve falar em Saúde Pública, mas o que significa realmente Saúde Pública?

Winslow, Charles-Edward Amory (1877–1957),nos EUA 1920 define como:

"A arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a eficiência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio, o controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde"
Sendo assim a OMS (Organização Mundial de Saúde) reforça propondo a a realização de Conferências Mundiais de Saúde integrando todos os paises na busca por este bem estar fisico, mental e social.

Mas na prática? Como isso acontece?

Começaremos por um tema bem atual: H1N1.

Preste atenção num cartaz educativo que tenta mostrar como se proteger do vírus.

Você encontra lá nada mais nada menos do que regras básicas de higiene que todos nós deveremos seguir todos os dias tenha H1N1 ou não na mídia!

Lavar as mãos periodicamente, após chegar da rua, após manipular pacientes, não utilizar objetos pessoais de outras pessoas, evitar aglomerações, utilizar um lenço para assoar o nariz, dar o destino adequado a este lenço, não espirrar fora do lenço e principalmente não trabalhar ou estudar doente para não espalhar o vírus na escola ou nas empresas.

Você viu alguma novidade aí? Mas não existe em escolas e em empresas um programa de saúde pública que relembre ou que ensine mesmo tais cuidados.

Nunca tinha visto um cartaz sobre doenças nas escolas, e nunca tinha visto aqueles cuidados: abrir as janelas das salas quando as crianças vão para o lanche, incentivar as crianças a lavarem as mãos (e não precisa ser com álcool necessariamente) mandar esta criança doente de volta para casa ou este trabalhador para que eles possam se restabelecer.

Percebe como é difícil fazer Saúde Pública?

Por que depende de toda a coletividade, assim como o Sistema é falho, ensinar as pessoas e inserir isto na cabeça delas é uma tarefa muito difícil.

Mas por quê?

Por que a criança não pode faltar a aula pois o Bolsa-escola exige frequência, vi isso na prática quando fiz uma palestra numa escola pública e as mães se mostraram preocupadas com o recebimento do benefício e não com a saúde de seu filho. O trabalhador não pode faltar por que a empresa quer produtividade e não está preocupada se ele contaminará outros funcionários.

Em outro exemplo temos a natalidade. Os postos possuem programas e dispõe dos métodos, mas não há educação sexual nas escolas, tenta-se educar o jovem, mas é dificil quebrar o tabu da sexualidade, falar de prazer e prevenção sem ferir os principios e por outro lado vem a igreja dizendo que anticoncepção é pecado! Mas não é pecado produzir filhos em série para passarem privações e ficarem a mercê da criminalidade.

Lembram do tempo da dengue?

Como foram gastos milhões em mídia para ensinar as pessoas a limparem os seus quintais e retirarem tudo o que fizessem focos do mosquito?

Quando eu era criança minha avó limpava o quintal para que não tivessemos mosquitos dentro de casa e não era por causa de dengue, era para nosso bem estar mesmo. Usava defumações feitas por ela mesmo e vivíamos longe dos insetos em plena área amazônica. Hoje o governo tem que gastar milhões em cartazes que contém frases como “Jogue seus pneus velhos fora” “Coloque areia nos pratinhos com vasos” coisas que são de berço.

E o papel da Saúde Pública que realmente é observar, planejar e prevenir as doenças fica sendo feito pelo meio do caminho. Por quê quando a H1N1 passar a ser sazonal e representar menos perigo para a população, todos irão esquecer os hábitos aprendidos, assim como já esqueceu que não pode ter poças de água em casa e tudo começará novamente.

Perceba que a H1N1 mostrou a fragilidade da Saúde Pública no mundo inteiro, logo não é uma falha somente nossa, brasileiros.

Mas então o que fazer?

As crianças são o grande alvo, o trabalho seria contínuo nos adultos, mas as crianças são nosso futuro. Elas entendem melhor e crescem habituadas ao que ensinamos, se mostrarmos os perigos e como evitá-los elas entenderão perfeitamente e farão quando crescerem, mas isto depende de programas nas escolas como educação sanitária, educação sexual e educação em saúde, que envolve primeiros socorros. E atualmente estão no papel somente.

Alguns programas existem na Estragégia Saúde da Família, mas estão longe de atingir a sua total capacidade.

O assunto é extenso, poderiamos escrever páginas e páginas, versando sobre violência, doenças cardiovasculares, pré-natal, imunização e diversos outros.

Quando a educação começar a acontecer na infância com certeza as coisas mudarão completamente e teremos uma Saúde Pública realmente feita por quem de direito: a nossa população.

Responsabilidade social é a chave, o planeta é nossa casa, nossa saúde depende também de nossos atos.



Pense nisso.

3 comentários:

franci bahamult disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Sabe o que acontece de verdae, Jane?
Esses virus que surgem do nada são fabricados pelas proprias empresas que fazem remédios para curar as doenças que eles provocam. E o pouco caso com a saude aqui no Brasil se deve ao fato de ser a maior fonte de roubalheira dos politicos. Se a coisa andar, não tem como justificar "Investimentos" e sem "investimentos" não tem roubos...Triste, porém essa é a nossa realidade

Jaime Marques

Veronica de Nazareth-Noic@ disse...

Amiga...
este teu blog, por mais que fale de socorro/morte ou vias de, não contém esse rastro; o perfume da vida e pela luta digna pela, é a tônica principal. Está belíssimo, querida! Já estou seguindo, com prazer. Li tudo, mas o tempo não permite um comentts em cada texto. Entendes, né?
Beijo de Luz.