sábado, 30 de janeiro de 2010

Resgate - de volta à estrada



Resgate.

Recuperar, trazer de volta, recolher vitimas.

Estas são algumas das muitas definições da palavra Resgate, porém resgatar no pré-hospitalar é muito mais do que isso.

No meu conceito a melhor sensação que já senti foi a de salvar a vida de alguém. Não existe paixão, não existe alegria, não existe emoção que supere este sentimento de solidariedade e de dever cumprido.

O mundo teve a oportunidade de assistir o resgate de milhares de pessoas todos os dias agora com a tragédia no Haiti. Um trabalho muito bonito de todos os profissionais de lá e os que foram de outros países. Você consegue imaginar a sensação destes bombeiros ao ver o sorriso deste garotinho da foto?

Não, eu tenho certeza que ninguém conseguiria mensurar o que este sorriso significa para alguém que resgata.

O resgate é um trabalho árduo, de persistência, de paixão e em especial para os bombeiros, nosso bravos guerreiros, pessoas extremamente especiais, dotadas de sentimentos além de toda a sua bagagem de experiência de sucesso e de fracasso .Seres que possuem fibra, garra e esperança em cada missão.

Conviver com o fio da vida nos mostra o quão importante é viver de forma digna e precisa sem se preocupar com as futilidades do dia a dia. Viver é exercício de um dia após o outro, a vida se acaba em poucos segundos. Uma hora estamos aqui conversando e no próximo minuto o teto pode desabar sobre nossas cabeças e tudo se acaba, sem aviso prévio ou amenizações. Vivemos um filme, que não sabemos qual será a próxima cena.

Já vivi muitas histórias dessa natureza, claro que não tenho experiência com terremotos mas no cotidiano há dias que parece estarmos vivendo um, dias em que a cidade parece que treme e em poucos minutos estão todas as ambulâncias na rua salvando alguém seja de acidentes, seja de ferimentos diversos ou ainda clínicos. O clima parece que pesa de repente e vemos o dia amanhecer de uma hora para a outra, noites em que entramos no escuro no hospital e saímos com o sol a nos receber.

Já recebi abraços sangrentos da vitima que se desespera e se agarra na gente, já trabalhei sobre pressão ajoelhada no meio da rua fazendo meu serviço sob os gritos de protesto de um monte de gente que queria que eu jogasse o paciente dentro da ambulância e fosse embora, já entrei em lugares perigosos, pequenos, altos, baixos, carros capotados, lugares escuros, penitenciária em rebelião, linchamento de estuprador, briga de gang mas tudo mensurado numa escala de segurança que a gente não sabe como criou para nós mesmos

Em 2001 tive uma experiência que marcou bastante e por muito tempo eu relembrei aqueles momentos tão difíceis.

Fui chamada de dia por volta das oito horas da manhã para uma ocorrência obstétrica, era um aborto, pela idade percebia-se ser uma pessoa com mais de um filho, já que contava com 39 anos na época. O local era longe, de difícil acesso e comunicação, levávamos mais ou menos 25 minutos correndo para chegar lá.

Chegando no local, estacionamos e fomos recebidos por um grupo de pessoas dizendo que ela já havia falecido. O local era mais acidentado do que eu imaginara, tínhamos que descer um pequeno morro e entrar por um ramal que não passava carro para chegarmos então a casa da pessoa. Peguei meu material todo e fomos, afinal eu não havia visto a vitima, logo não poderia descartar a hipótese de salvá-la.

Ao chegar na casa encontrei a senhora deitada na cama com vários de seus filhos ao redor chorando e um me olhou tão penoso e disse:

- Minha mãe morreu moça!

Mas ao olhar a paciente percebi que ela não estava morta. Verifiquei seu pulso estava taquicárdico (rápido), a respiração superficial, porém presente, hipotensa (pressão baixa), pele fria, pálida e sudoreica, não respondia a estímulos verbais mas sim aos dolorosos, todos estes sinais são de choque hipovolêmico (grande perda de volume sangüíneo) no caso dela pelo aborto.

Pedi que se afastassem por que a mamãe não estava morta e sim dormindo, imagina a alegria da garotada!

Coloquei oxigênio, fiz um acesso venoso e comecei a passar o soro rápido, elevei as pernas com travesseiros e começamos a preparar a prancha para deslocá-la do lugar. Claro que não foi fácil levá-la até a ambulância, mas com ajuda dos vizinhos chegamos lá.

No carro pedi que o motorista corresse por que estávamos correndo contra o tempo, ela havia sangrado a noite toda, não sabia a quantidade, porém percebia-se ser um volume considerado. Não tínhamos comunicação neste ponto, a freqüência não funcionava por ser muito longe e cheio de mata, nessa época também não tínhamos médicos, nosso programa ainda não era o SAMU, e sim o SOS, a enfermagem tomava conta da cidade antes do SAMU chegar.

E assim fizemos nosso percurso de 25 minutos de volta correndo. Esquecemos do medo nesta hora, mas corremos com cautela e muito cuidado nos cruzamentos, afinal sirene não pára carro.

No caminho ela já abria os olhos e comecei a fazer-lhe perguntas para observar o nível de consciência, o soro aberto, já estava na terceira fase. O marido estava junto, nervoso, aflito, mas contente por vê-la viva.

Eu pedia que ela olhasse para ele e perguntava “Quem é este homem?”

Ela balançava a cabeça respondendo não saber. Estava em confusão mental pela perda de volume, e assim fomos seguindo, a cor pálida foi amenizando e a sudorese diminuindo, o pulso foi estabilizando também, e a pressão subiu um pouco. Na porta da maternidade fiz a mesma pergunta “Quem é este homem?””

Ela respondeu “Meu marido!” com muita dificuldade para falar.

Nunca pensei que uma frase tão simples me fizesse tão feliz!

Entramos no hospital e fomos direto para o centro cirúrgico, passei para o médico o caso, recolhemos nosso material e saímos.

Na saída o marido nos chamou e nos agradeceu por ter salvado a mãe de seus dez filhos, estava muito emocionado por que até ela não falar ele achava que não havia mais chances.

Passei o dia pensando na alegria daquelas crianças ao receber a mãe de volta na humildade de sua casinha, na sua felicidade de ter a vida, tão única sendo salva por alguém que nunca viu e talvez nunca mais verá, mais que ama este risco de salvar pessoas, que gosta de chegar no momento critico para resolver, que gosta de ver a esperança renovada no olhar dos familiares.

Eu defino a vida como uma viagem que não sabemos onde vamos descer, mas que algumas vezes descendo alguém nos coloca de volta na estrada.

sábado, 23 de janeiro de 2010


Câncer

Nos acordes do interno e mais intimo,

Ouvem-se as palavras de comando , de revolta

O cenário?

O corpo morrendo,

Um grupo de células revolta-se contra seu hospedeiro em protesto,

Começo de uma guerra gerada por outros motivos,

Os gases do progresso,

Os resíduos de um avanço tecnológico,

Os raios a nos atingirem, gama, ultra-violeta, ionizantes

A fumaça do monóxido de carbono, do cigarro, das fábricas

A invadir o DNA, quebram e mudam moléculas de lugar

Mutando-se,

Transformando-se,

Deformando-se,

Monstruando-se,

Tornam-se imortais,

É uma guerra de células,soldados revoltados, irados

Despertados pelo próprio homem,

O que poderia ser fisiológico, de repetição

Torna-se comum a cada dia e maléfico,

É o preço,

Do carro confortável,

Do ar-condicionado,

Do fast-food,

Da praticidade do cotidiano,

Do brilho dos alimentos, da textura, da conservação

Do vício desenfreado,

Da preguiça desfrutada.

Da promiscuidade sem proteção,

Quero um raio-x!

Quero um bombardeio de radiação a toa,

Por que não sei o quanto vai me fazer mal,

Por que como com os olhos então quero alimentos brilhantes

Porém cheios de corantes e conservantes,

Por que não sei que meu refrigerante com batata frita não pode ser regra,

Por que não sei que fui feita para menstruar, gestar, parir, amamentar

Por que jogo um monte de hormônio para dentro de mim todo mês

Por que é mais cômodo do que usar um preservativo,

Não quero ser mãe por que minha barriga vai esticar e meu peito vai cair,

Mas não sei que meus seios estão esperando pra trabalhar e meu útero está esperando
alguém para abrigar,

Não sei que coopero com uma guerra contra mim mesma,

Mas não me dizem, por que tem muito lucro em volta disso

E não vou atrapalhar os negócios de alguém,

Quero um drink, álcool com energizante

Para curar minha depressão,

Pra me auto afirmar,

Por que não sei amar de cara limpa,

Preciso das máscaras para me esconder de mim mesmo,

E vou seguindo com minha guerra interna,

Que se seguirá por dias de dor e desespero,

O câncer do mundo,

Feito pelas mãos do homem, produzido pelas mãos do homem.

No ano de 2020 seis milhões de pessoas morrerão de câncer em todo o planeta, saia dessa guerra hoje:

Jogue fora seu cigarro;

Troque seu drink por um suco de fruta antioxidante;

Faça uma caminhada diária em lugar arborizado e não na rua;

Raio-x somente em último caso;

Largue o anticoncepcional, use preservativo, é saudável, não tem contra-indicação e previne doenças sexualmente transmissíveis como a HPV;

Coma alimentos naturais, muitas verduras e frutas de preferência sem muito brilho e tamanho exagerados;

Largue as gorduras e frituras de lanchonetes elas contêm gordura trans uma bomba relógio para o organismo;

Dê atenção àquele sinalzinho que começou a crescer de uma hora para outra;

Ficar afônico (rouco) várias vezes não é normal, procure um otorrinolaringologista;

Toque seus seios todos os meses em busca de algum caroço dez dias depois do primeiro dia da menstruação, se não menstruar mais, escolha um dia fixo do mês para fazer isso.

Faça exame preventivo anual para detectar possível câncer de útero;

Fique atenta a qualquer secreção vaginal diferente daquela do dia fértil;

Faça o exame de próstata no tempo estipulado, para detectar possíveis alterações;

Tenha filhos, é fisiológico e necessário, ser mãe é maravilhoso;

Amamente, seus seios foram feitos para isso e não para sua vaidade pessoal, e a lei da gravidade é imperdoável, um dia cairão;

Cure suas infecções elas abrem portas para o câncer através de suas toxinas;

Não menospreze a gastrite (ela não é normal), pode transformar-se em câncer gástrico;

Proteja-se contra o sol, filtro solar sempre. O câncer de pele é o campeão de incidência no nosso pais tropical;

Trate a depressão, ela baixa a imunidade e deixa você vulnerável às infecções;

Ajuste a sua prótese dentária, ela não pode machucar a gengiva;

Não use a cólera para resolver seus problemas, relaxe, respire, se não resolver hoje, deite e durma, amanha será outro dia;

Nunca diga “Minha gastrite, minha hérnia de disco, minha osteoporose, minha sinusite, minha pedra na vesícula” nada disso é seu, é temporário e em breve sumirá do seu corpo;

Ame muito, os filhos, a vida, o planeta, os animais, a vida;

Sorria sempre que puder, faça piada das coisas ruins, o bom humor enche o corpo de endorfinas e combate os radicais livres;

Evite ambientes poluídos, cheio de fumaça;

Cerca de 10% somente dos cânceres são hereditários, o restante é fruto da interação com o meio ambiente.

Não irrite suas células.

Viva a vida, não declare uma guerra dentro de você.

Educar para não violar



Antes de planejar o que fazer,de tão igual importância é o observar.

Planejar requer:observar, tornar viável o planejamento, perceber o que está em andamento e muito, mais muito importante ter uma revisão de tudo isso em tempo determinado e alternativas para mudar o que não está dando certo, o famoso”plano b” e seus ajustes.

Mas quando fala-se em Estado, política e destino de um povo a coisa fica travada em algum lugar. Interesses políticos, pessoais, pretensões despontam no caminho e no cenário da coisa a ser feita.

Violência urbana é fruto de uma série de coisas e não somente de falta de oportunidades ou falta de instrução.

Vejo quase que diariamente quando estou trabalhando, a negligência com quem são tratadas muitas crianças. Parece que nem existe Juizado de menores, Conselho Tutelar, Estatuto da criança e por aí vai. Por que escolhi as crianças para falar? por que é na infância que tudo começa, é no pequenino que se molda o grande.

Sendo assim, diga qual o futuro de uma criança que está na rua com os pais as 23, zero hora? seja no barzinho, seja na parada de ônibus, seja na igreja. O conforto e a necessidade de dormir pelo menos dez horas por dia vão por águas abaixo, a falta de alimentação adequada por que se está na rua também vai no bolo, e o perigo a quem estão expostas então nem se fala!

Que futuro terá uma criança que apanha todo dia? e o vizinho não denuncia por que tem medo, mas existe estatuto, leis e todo um aparato em favor da infância.

Que futuro terá uma criança que amanhece e anoitece na rua soltando papagaio pela simples alegação que “criança tem que brincar na rua, senão não aprende as malícias da vida”?

Que futuro terá a criança que vai para a escola somente por que é lá que ela vai fazer a sua primeira refeição?

Que futuro terá um filho de uma família de doze, quinze irmãos numa zona que mais possui casinhas da Estratégia Saúde da Familia com planejamento familiar em seus programas, mas a mãe recusa por que “é vontade de Deus ter aquele monte de filhos” que certamente passarão fome.

Olhando pelo outro lado, por que não é só filho de pobre que vira marginal, já ouvi na escola do meu filho a seguinte frase:

“Você vai ficar de castigo, vai viajar para Fortaleza em vez de ir para Miami!”

Hum hum, ah um castigo desses no meu tempo de criança!!

Que valor moral terá esta criança quando crescer?

Que valor ela dará ao dinheiro do pai e da mãe ? Quando a sua obrigação de estudar e passar de ano e que nada mais é que sua obrigação é negociada com barganhas?


Percebe-se então que muito do que se vê na violência é fruto sim da
irresponsabilidade dos pais e da falta da cobrança em cima deles. Como se o filho fosse sua propriedade, sem ter que dar satisfação a ninguém, e pode criá-lo a sua maneira, ou na rua o dia todo para não ser “otário”ou barganhando com dinheiro para que ele consiga pelo menos aprender a gastar o que você vai deixar de bandeja e mão beijada para ele.

Você pode pensar em mil soluções para a violência, para a educação, para a saúde, mas não pode esquecer que a família é o ínicio de tudo e entrar na família não é coisa fácil. Pergunte a qualquer profissional de Saúde Pública se é fácil mudar os maus hábitos de uma casa em prol do bem estar dos que ali vivem.

O planejamento seja este feito anualmente ou em decênios sempre esbarrará na instituição família. Pois o jovem pode passar o dia na escola, mas voltará a noite e o fim de semana para casa, onde encontrará a disparidade do que aprendeu.

Educar a família?

Sim, este é o grande desafio de qualquer governo em qualquer parte deste planeta.

A fórmula todos estão atrás, ainda.

Zilda Arns - Isto sim, é Saúde Pública


Depois do fatidico acontecido com nossa médica brasileira Zilda Arns, resolvi escrever depois de vários dias passados o que esta cidadã representou no cenário Saúde Pública.

Começo reafirmando como sempre que fazer Saúde Pública não é tarefa fácil. Entrar no cotidiano das pessoas com seus costumes e tradições e tentar mudá-los leva tempo e paciência, mesmo por que existem certas coisas que não mudam, mas que podemos adequá-las a uma visão mais moderna.

Andar no sol e na chuva, bater de porta em porta, se encaixar na comunidade, aprender seu dialeto e costumes da região, perceber onde interceptar, ter sensibilidade para ouvir mais do que falar, isso tudo são atribuições de quem faz Saúde Pública.

O que Zilda representou com certeza muitos programas não o conseguiram, tendo todos os recursos disponíveis. Ela foi sábia, começou pela igreja por sugestão do então Dom Paulo. A igreja, local de reunião da maioria das pessoas e detentora de enorme influência sobre a população de todas as classes, foi o local escolhido para diminuir a mortalidade infantil, assim nasceu a Pastoral da criança em 1983 no Paraná.

Feito no mesmo estilo dos programas de saúde pública, que leva a informação pessoa a pessoa através de multiplicadores encontrados na comunidade, o soro caseiro foi difundido nas famílias para as mães e que estas pudessem salvar seus filhos de uma desidratação causada por diarréia.

Pessoalmente digo que é um trabalho guerreiro, mais difícil do que entrar em um carro capotado para imobilizar um paciente.

Ensinar a mãe a cuidar de seu filho e fazê-la entender a importância disso, minimizar as crendices que causam prejuízos e diminuir números de mortalidade é uma obra edificante, mas que requer todo o empenho de uma equipe. E Zilma conseguiu em sua primeira empreitada na pequena Florestópolis, Paraná baixar a taxa de 127 óbitos em cada 1000 crianças nascidas vivas para 28. Um número que enche de orgulho qualquer profissional de saúde. Hoje o programa é nacional e reconhecido em vinte países da América Latina, África e Ásia.Ela própria visitou cada canto deste país de avião, de barco e de ônibus para levar a informação a população,enfrentando todas as dificuldades que nós do Pré-hospitalar somos acostumados a ver todos os dias quando entramos na casa de alguém.

O soro caseiro nesta época difundido entre as comunidades e hoje mundialmente conhecido é uma medida barata, fácil de fazer e que restabelece a criança até um socorro mais adequado num hospital. Coisas que pensamos ser tão fáceis e úteis mas que passam despercebidas por milhares de pessoas. Assim como o tratamento da água, a importância da vacinação e medidas básicas de higiene.
Desidratação pode matar em pouco tempo(24 h). Dois, três episódios de vômito são suficientes para instalar o quadro. A perda de liquido na criança é sintoma importante, elas possuem 25% a mais de volume sanguíneo e quando se fala que uma criança está chocada (perda de volume) ela já está chocada há muito tempo, quadro difícil de reverter, porém fácil de evitar quando se toma medidas rápidas como o soro caseiro.

Outro foco da Médica pediatra e sanitarista Zilda Arns foi a nutrição também. Afinal nutrição e hidratação são os pilares da vida. A multimistura então desenvolvida por folhas e grãos complementa a alimentação de quem tem poucos recursos e não consegue comprar todos os alimentos que fazem parte da pirâmide alimentar. Mesmo sem precisar introduzi a multimistura na alimentação de meu filho, por que eu confio no trabalho deles.

Aqui em minha cidade, a Pastoral desenvolve um trabalho lindo. Além da multimistura e do soro caseiro temos a farmácia natural. Medicamentos feitos a partir de ervas de eficiência comprovada que ajudam a cura de doenças simples, sem desmerecer a indústria farmacêutica.

Medidas simples, baratas e que salvam vidas. Aliadas as medidas profiláticas como tratamento da água para combater verminoses, tratamento do esgoto, meio ambiente, destino do lixo, objetivos principais da Saúde Pública, bom e barato, fácil e acessível, porém de pouco valor para o sistema que insiste em investir no curativismo, na reabilitação.

Trabalhos como o da Zilda, orientações como o aleitamento materno e importância da alimentação infantil fazem a infância no país ser muito mais saudável em todos os aspectos.

Zilda morreu fazendo o que gostava, ajudar os que precisam e levar a coisa mais preciosa que podemos dar a alguém: a informação e os caminhos para evitar males maiores a saúde.

Obrigada Zilda, sua vida foi pautada em muito mais do que a caridade, você fez como médica o que poucos conseguiram fazer em tempos modernos, uma verdadeira Osvaldo Cruz de nossos tempos. A Enfermagem te agradece, nós que carregamos esta bandeira há anos de fazer prevenção num pais curativista sabemos o valor que o seu trabalho deixou. Você salvou milhares de vidas inocentes, descansa em paz.

Minha admiração a todos que fazem este trabalho maravilhoso e de muito amor e dedicação que é levar a informação no corpo a corpo com a população, sou do pré-hospitalar(SAMU), salvo vidas, vejo tragédias diariamente, entro embaixo de carros capotados, subo morros, desço barrancos, na chuva e no sol, mas rendo-me ao trabalho edificante destes profissionais comprometidos com o bem do próximo.

Isto sim, é Saúde Pública.